Sobre

Este espaço agrega ideias e projetos surgidos ao longo de uma carreira multidisciplinar nas áreas de engenharia, ciência de dados, psicologia e neurociência. Seu propósito, portanto, é o de promover a pesquisa e a divulgação científica nessas áreas.


Sobre o autor

Quando criança fui introspectivo, observador e curioso, com direito a um próprio “laboratório” onde brincava de ser cientista. Desta época, aliás, meu grande achado foi apenas a convicção de que levaria esta brincadeira a sério em algum momento da minha vida.

Entrei na faculdade e, antes mesmo, já tinha começado a trabalhar. O objetivo, além de me sustentar, era poder viajar. A introspecção, que sempre me acompanhara, teve de dividir espaço com um ímpeto de me comunicar. Descobri, afinal, que perguntar, discutir, expor e conversar eram muito complementares à capacidade de observar.

Graduei-me engenheiro eletricista e ganhei o mundo: com uma mochila nas costas e um já renovado passaporte nas mãos, troquei o serviço público no Brasil por um ano como pesquisador visitante em Portugal, no período em que cursava meu mestrado em computação. Aprendi muito. Mas muito disso veio das pessoas com quem convivi. Viajei para a Ásia e para a África. Para a Bolívia e para a Noruega. E entre lugares, sabores e dissabores, comecei a delinear aquele que seria meu principal objeto de pesquisa: os processos de percepção e de tomada de decisão.

Esta questão tomou proporções maiores, do ponto de vista acadêmico, quando meu então orientador da Universidade Nova de Lisboa, Prof. José Manuel Fonseca, indagou-me o porquê de identificarmos tão facilmente os objetos em um banco de imagens de baixa qualidade, enquanto nossos algoritmos estavam muito aquém de terem o mesmo sucesso. Conseguimos, por fim, ajustar nossa heurística para a taxa de acerto desejada. Mas o questionamento sobre nossa percepção permanecera em aberto…

Voltei ao Brasil em 2012 e passei a integrar, como Trainee, o time de Tecnologia da GVT — uma empresa de Telecomunicações sediada em Curitiba e reconhecida por sua capacidade de inovação, mais tarde incorporada à Telefônica Vivo, com sede na Espanha. Desde então, minhas atividades sempre estiveram associadas a projetos de inovação; desenvolvimento de produtos; e prospecção de tecnologia. Incluindo, nestas atividades, a aproximação e a elaboração de parcerias técnico-científicas com universidades e diferentes setores da iniciativa privada. Hoje, atuo como cientista de dados com foco no desenvolvimento de modelos preditivos e na arquitetura de processos para MLOps.

Em 2014 passei a me envolver diretamente em projetos relacionados às então emergentes tecnologias para big data e analytics, os quais me trouxeram importantes insights sobre a necessidade de se modelar o problema e aprofundar seu entendimento, antes mesmo de se tentar aplicar quaisquer técnicas de IA ou de machine learning. A partir destes casos, os questionamentos sobre os processos de percepção e de decisão humanos reemergiram. Na busca por justificativas a estas questões, aproximei-me da neuropsicanálise e da teoria da informação, ambas constituindo as bases teóricas de minha pesquisa de doutorado, a qual iniciei em 2017 no LABIC – Laboratório de Bioinformática e Inteligência Computacional Aplicada da UTFPR.